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Cadeira 15

Patrono: Quintino Bocayuva

Ocupantes: Afonso Costa, Homero Prates, Murilo Cardoso Fontes, Elysio Condé, Jorge Picanço Siqueira

 Acadêmico atual: Edir Meirelles

Nasceu em 19 de maio de 1939 na fazenda Catingueiro, município de Pires do Rio. Filho de Orozimbo Gonçalves Meirelles e de Ibrantina Resende Meirelles. Ficou órfão de pai aos seis anos de idade. Na fazenda que fora de seus genitores onde nasceu, foi vaqueiro e lavrador. Considera-se um autêntico sertanejo.

Com 15 anos mudou-se para a cidade. Matriculou-se no Instituto “Granbery" de Pires do Rio, onde completou o curso primário e cursou o ginásio. Autodidata, possui grande interesse pela literatura, geografia, história.

Após o golpe de 1964 foi cassado e excluído das fileiras do Exército.

Deixou Brasília e foi residir, trabalhar e estudar em Goiânia. Como colega e convidado da poetisa Rosemary Costa Ramos, participou de alguns encontros do "Grupo de Escritores Novos (GEN)" - onde reuniam jovens idealistas quem se transformariam, mais tarde, na vanguarda intelectual goiana. Entre eles estavam Yêda Schmaltz, Miguel Jorge, Heleno Godoy, Maria Helena Chein.

Após concluir o curso de Contabilidade, iniciou o curso de Direito da Universidade Federal de Goiás (UFG). Entretanto, face à repressão política de então, especialmente no meio estudantil, abandonou os estudos e, com uma carta do reitor Colemar Natal e Silva seguiu para o Rio de Janeiro.

Pretendia procurar exílio no Chile. Mas, aconselhado pelos juristas Sobral Pinto, Paulo Arguelles e outros, mudou seus planos, pois não era conhecido pela repressão do Estado da Guanabara. Com ajuda de amigos, se estabeleceu em terras cariocas e viveu semiclandestino. Engajou-se na luta pelo restabelecimento do estado de direito no país. Participou de movimentos populares como: a "Marcha dos Cem Mil", "Campanha pela Anistia" e "Diretas Já".

Com a redemocratização do país e graças à Lei da Anistia de 1979, foi reintegrado nas fileiras do Exército na mesma graduação anterior. Retornou aos estudos regulares, concluiu o curso de Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Após 23 anos de luta na justiça, conseguiu promoções sucessivas de Terceiro Sargento até o posto de Capitão do Exército Brasileiro (Diário Oficial da União - 7 de maio de 2003).

É membro das seguines entidades: Academia Carioca de Letras; Academia Guanabarina de Letras; Academia Luso-Brasileira de Letras; Academia Mageense de Letras – Membro Correspondente; Academia Piresina de Letras e Artes (APLA); Associação Brasileira de Imprensa (ABI) - Rio, RJ; Associação Profissional de Poetas no Estado do RJ; Casa do Poeta do Rio de Janeiro; Instituto Brasileiro das Culturas Internacionais - Membro Honorário; PEN Clube do Brasil; Sindicato dos Escritores do Estado do Rio de Janeiro (Presidente do Sindicato no período de 2.001/2004); Sociedade dos Poetas Cariocas; Sociedade Eça de Queirós – RJ; União Brasileira de Escritores – Seção de Goiás; União Brasileira de Escritores – UBE RJ (Presidente da UBE RJ, eleito para o período 2007/2009 e reeleito para 2009/2011). International Writers and Artists Association (IWA).


Obras publicadas: Rio de Janeiro, Litteris, 1993; O velho Januário. Rio de Janeiro, ZMF Editora, 1994; Madeira de dar em doido. Rio de Janeiro, ZMF, 1996. ; Poemas Telúricos - Editora do Autor, Rio, RJ. 2003. O feiticeiro da Vila - (Romance). Editora Universitária, Lisboa, Portugal – 2006. Gigantes da literatura e outros valores – No prelo, a ser editado brevemente.

Verbetes: Enciclopédia da Literatura Brasileira Contemporânea - Vol. 5 (Reis de Souza); Enciclopédia de Literatura Brasileira – Afrânio Coutinho – Global Editora – 2001; Piresinos Ilustres - Escritores - Iranilda Divina Resende Paes. Editora Kelps - 1998; Dicionário do Escritor Goiano - José Mendonça Teles - Edições Consorciadas UBE-GO; Registre-se ainda o poema de Stella Leonardos, em homenagem a Edir Meirelles, sob o título de O velho Januário, in Feitio de Goiás, Editora UFG - Goiânia, GO - 1996.

Quatro poemas de Edir Meirelles

A POESIA ESPREITA O PERIGO

                                               em meu caminho há pedregulhos

espinhos e seixos espreitam meus passos

víboras e suçuaranas me tocaiam

perseguições políticas

- masmorras torturantes

penhascos onde habitam predadores

apesar de todas as armadilhas

persisto em meu itinerário

desafio alturas abismos

na busca constante e objetiva

na certeza de nosso destino

vou encontra-la sorridente

com vestes edênicas, pés descalços

em ambiente florido

a jusante de lago refrescante

ouvindo o murmúrio das cascatas

e o gorjeio premonitório do uirapuru

nesse recanto dá-se o encontro

- do poeta com a musa –

e desse idílio germina o POEMA.

 FORMIGAMENTOS

Formiga-me

sua ausência

amiga

Insone, busco

sua anuência

para o reencontro

de nosso amor

saúdo

sua saúde

para tê-la comigo

e estreitá-la

mais amiúde

saudoso

quisera

ser pente

para serpenteá-la

dos cabelos aos lábios

dos pés ao ventre

não condene este vivente

a permanecer ilhado

entre formigas e serpentes.

Vila de Noel, 6 de Fevereiro de 2000.

POEMA TRONCHO

um regurgitar botânico

me induz a uma dedução

apressada

apresada em meu íntimo

como o verniz na matéria

envelhecida

o envilecimento embota o espírito

e decodifica a metafísica

a meta fica desmistificada

e a alma se petrifica

coisificada

a coisa ficada em natura

se fixa e perde a elasticidade

do obtuso pensamento

o passamento é fato do passado

no passadiço do fuso horário

do universo sem hora

senhora dos meus sonhos

a musa rouba-me

o inconsciente

estou ciente de minhas deficiências

e fraquezas de amante

o diamante é mineral bruto

que se faz preciosidade

após ser lapidado

do lápis dado não se muda

o grafite e nem mesmo o traço

por isso o poema troncho - faço.

 

ROMPENDO GRILHÕES

 

Tenho admiração pelas aves

que voam em liberdade

e reinam na imensidão

ouço o chilrear dos pássaros

e o pranto dos miseráveis...

em contraposição

o homem permanece rasteiro

no desprezo à probidade

dividido entre o ser e o não ser

entre o grito de libertação

e a sujeição aos tiranos

agrilhoado aos interesses vis!

Onde estão os novos Castro Alves

Mahatmas Gandhi e Luther Kings?

virtude, moral

e palavra de honra

foram banidas do território nacional

restaurem-nas

e com elas quebrem os grilhões

em prol do humanismo solidário

ouço o chilrear dos pássaros

e o pranto dos miseráveis...

             Vila de Noel, RJ, 10 de novembro de 2005.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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