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Cadeira 39

Patrono: Ronald de Carvalho

Ocupantes: Sílvio Júlio, M. Pinto de Aguiar

 Acadêmico atual: Tobias Pinheiro

Três Poemas de Tobias Pinheiro

                             A CONSCIÊNCIA

                             BASTA!  A dor já se impõe no mundo inteiro, 

                             plantou nos corações o desencanto, 

                             profanou e maldisse o que era santo 

                             na imolação do último Cordeiro.

                             Se buscam a consciência com alarde, 

                             se choram a bondade já perdida, 

                             se aspiram a virtude para a vida,

                             querem paz, querem DEUS e, agora, é tarde.

                             O mundo inteiro vai rolar vencido, 

                             sem crença, sem amor, sem luz, sem calma, 

                             enquanto grita a voz lá dentro da alma:

                             — Quem perdeu a consciência está perdido.
O RIO

Ele parece mais um boi cansado,
desses que — ó vida — encantas e abençoas;
tornou-se grande para as coisas boas,
é o rio concebido sem pecado.

Em suas margens, de um e de outro lado,
poetas se irmanam lhe tecendo loas...
E ele passa com balsas e canoas,
dando mais vida à vida consagrado.

A matar fome e sede, aqui e ali,
lá se vai ele como um pioneiro,
unindo o Maranhão ao Piauí.

É o Parnaíba — o Rio da Saudade,
doce consolação no desespero,
Boa-Esperança da posteridade.


INCONFORMISMO

Fui cair nos teus braços, Poesia,
apenas como um anjo inconformado,
que anda no ócio do sonho noite e dia,
para a doce tortura do pecado.

Quem me viu pelos campos não diria
que o destino da criança foi traçado
e eu plasmaria a dor e a fantasia,
sendo por elas próprias torturado.

Não pensei nestas ânsias de infinito
e hoje, crente de que ninguém me escuta,
ignoro as causas por que vivo aflito.

Sou descrente de tudo a que me apego,
menos de fé, que me impulsiona à luta,
embora eu seja vacilante e cego.




TROVAS



Sonho em ver labor fecundo,
crença, amor, paz e união:
Brejo - coração do mundo
e a glória do Maranhão!

A felicidade, em norma
bem acertada, nos diz:
- se és infeliz, te conforma,
que o conformista é feliz.

Quando penso em meu destino,
sempre recordo um pião
a girar, em desatino,
na palma da tua mão.

Morre um ano, nasce um ano,
e vem à nossa lembrança
a morte de um desengano
e a vida de uma esperança.

Jornalista, não confundo,
tem destino muito ingrato:
vive a promover o mundo
e morre no anonimato.

Vacilo pisando escolhos,
quis prosseguir, mas em vão:
nunca mais terão meus olhos
o espelho que os teus me dão.

Mato Grosso, escuto o som
de teu batuque febril:
- A terra que deu Rondon
nada mais deve ao Brasil!

Aprendi com poeta persa
que o silêncio é grande assunto:
quando não quero conversa
não respondo nem pergunto.

As coisas não andam pretas
como dizem por aí:
ainda existem borboletas
na blusa da Sueli!


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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