Cadeira
14
Patrono: Dom Pedro
II
Ronaldo Rogério de Freitas
Mourão

Nasceu a 25 de maio
de 1935, faleceu no dia 25 de julho de 2014, na cidade do Rio de Janeiro. Publicou seus primeiros artigos de
divulgação científica na revista Ciência Popular (1952). Entrou em
1956 para Universidade do Estado da Guanabara (atual UERJ), onde
obteve, em 1960, os títulos de Bacharel e Licenciado em Física pela
Faculdade de Filosofia, Ciência e
Letras.
Foi nomeado em
setembro de 1956 Auxiliar de Astrônomo do Observatório Nacional,
quando ainda cursava a universidade. Nesse mesmo ano, o observatório
editou as suas observações do planeta Marte efetuadas antes da sua
admissão. Algumas dessas observações foram reproduzidas em revistas
estrangeiras, dentre elas: L'Astronomie, da Societé Astronomique de
France. Em 1960 publicou seu primeiro trabalho sobre estrelas duplas
visuais, e, no ano seguinte, foi convidado pela União Astronômica
Internacional e pela Academia de Ciências dos EUA para participar do
Simpósio sobre Estrelas Duplas Visuais realizado em Berkeley,
Califórnia, EUA. Ainda em 1960, publicou o seu primeiro livro:
Astronomia Popular, edição especial da revista Ciência Popular.
Em 1962, fez estágio
de vinte dias no Observatoire Royal de Belgique sob a orientação do
Dr. S. Arend, quando publicou sua primeira órbita de estrelas
duplas. Em setembro de 1963, como bolsista do Ministère des Affaires
Étrangeres da Bélgica, estagiou durante um ano no Département de
Mécanique Céleste et Astrometrie do Observatoire Royal de Belgique,
onde publicou mais de uma dezena de trabalhos de pesquisa, teórica e
aplicada, sobre estrelas duplas visuais.
Em 1965, iniciou um
estágio na França, como bolsista do Ministère des Affaires
Étrangeres, quando então trabalhou em diferentes observatórios
franceses, principalmente nos de Paris, Lyon, Toulouse, Pic-du-Midi
e Haute-Provence.
Em julho de 1967,
obteve o título de doutor pela Universidade de Paris com menção
"Très Honorables". Em dezembro desse ano voltou para o Brasil,
reassumindo suas funções como astrônomo no Observatório Nacional e
de Pesquisador no Conselho Nacional de Pesquisa. Em março do ano
seguinte foi nomeado Astrônomo-Chefe da Divisão de Equatoriais. Em
1970 foi convidado a escrever para o Jornal do Brasil, um dos
principais periódicos brasileiros. Além de artigos normais sobre
pesquisas astrônomicas, iniciou uma série mensal intitulada "O Céu
do Mês", que foi publicada em diversos jornais do Brasil,
dentre eles: o Correio do Povo; de Porto Alegre, e Tribuna da Bahia,
de Salvador. No mesmo ano saiu publicado o seu livro Atlas Celeste,
onde apresenta, além de inúmeras cartas celestes, uma detalhada
descrição do céu visível nas latitudes brasileiras; publicou também
um planisfério móvel intitulado Cartas Celestes. Em 1972, passou a
colaborar, também a convite, em O Globo, no qual manteve uma coluna
sobre o aspecto mensal do céu brasileiro até 1976.
Elaborou todos os
verbetes sobre Astronomia e Astronáutica do Novo Dicionário da
Língua Portuguesa (1975 e 1986) de Aurélio Buarque de Holanda.
Coordenou os setores de Matemática e Astronomia da Enciclopédia
Mirador Internacional, publicada em 1975 pela Encyclopaedia
Britannica do Brasil. Nessa obra, além dos inúmeros verbetes
monográficos sobre Astronomia, redigiu e desenhou uma uranografia
com mais de vinte e seis pranchas. Em 1977, produziu a série "Céu do
Brasil", programas radiofônicos produzidos para o Projeto Minerva,
onde associa fenômenos e conceitos astronômicos, poesia, folclore e
música popular brasileira. Em 1978, passou a publicar no Jornal do
Brasil uma coluna semanal, intitulada "Astronomia e Astronáutica",
onde divulga os mais recentes e importantes resultados sobre
Astrofísica, Cosmologia, Relatividade, Física e Astronáutica, na
atualidade e no futuro. Obteve em 1978, pelo conjunto de seus
trabalhos, o Prêmio José Reis de divulgação científica, do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.
As suas principais
contribuições astronômicas foram efetuadas no campo das estrelas
duplas, asteróides, cometas e estudos das técnicas de astrometria
fotográfica. Participou e apresentou trabalhos em diversas reuniões
científicas nacionais e internacionais.
Possui mais de uma
centena de artigos de pesquisas publicados em diversas revistas
internacionais especializadas em Astronomia e mais de mil ensaios
publicados em livros, revistas e jornais. Além disso, já publicou
mais de quarenta livros, aos quais se somam cerca de quarenta livros
já editados.
Descobriu em 1971
uma estrela companheira invisível da estrela dupla visual Aitken 14.
Tal descoberta foi confirmada pelo astrônomo francês P.Baize e pelo
astrônomo austríaco J. Hoppmann, que determinou sua órbita
provisória.
Em missões no
Observatório Europeu Austral, em La Silla, no Chile, descobriu, em
colaboração com o astrônomo belga Henri Debehogne, diversos
asteróides.
O asteróide 2590
descoberto em 22 de maio de 1980 foi batizado com o nome Mourão.
Segundo o registro feito em 2 de julho de 1985, no Minor Planet
Circular, o nome desse asteróide "é uma homenagem ao astrônomo R.R.
de Freitas Mourão, conhecido por seu trabalho sobre estrelas duplas,
pequenos planetas e cometas. Tem participado extensivamente do
programa de descoberta e observação de pequenos planetas no ESO -
European Southern Observatory e é autor de diversos livros de
divulgação da astronomia. Liderou o processo de fundação, no Brasil,
do Museu de Astronomia".
Primeiro contemplado
com o Prêmio José Reis da divulgação científica, instituido em 1977
pelo CNPq. A comissão que conferiu o prêmio por unanimidade tinha
como presidente o Prof. Dr. Aristides Pacheco Leão, Presidente da
Academia Brasileira de Ciência.
Em 1988, viu o seu
Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica, com cerca de
20 mil verbetes, unico em seu gênero no mundo, editado pela Nova
Fronteira. Neste mesmo ano, passou a assinar a coluna "Telescópio",
na revista Superinteressante.
Convidado em 1991
para editor-executivo da revista Novaciência, deixou a
Superinteressante para se dedicar à tarefa de editor. Desde maio de
1992 é cronista de astronomia da TVE, no programa Curto-Circuito de
Victor Paranhos e João Luiz Alburquerque.
Suas atividades como
astrônomo, escritor e ensaista têm estimulado músicos, poetas e
escritores. Entre os músicos vale citar os exemplos de Almeida
Prado, nas suas Cartas Celestes e o de Maria Emília Mendonça, em
suas "Viagens Interplanetárias", Os anéis de Urano. Na poesia
devemos citar o poema O Céu de Carlos Drummond de Andrade e
Anti-Universo de Fernando Py.
Pertence a inúmeras
associações astronômicas internacionais, dentre elas a Royal
Astronomical Society (Londres), Société Astronomique de France
(Paris), Società Astronomica Italiana, etc... É membro da Comissão
de Estrelas Duplas, Asteróides e Cometas, assim como de História da
Astronomia da União Astronômica Internacional.
Idealizou e fundou,
em março de 1984, o Museu de Astronomia e Ciências Afins, do qual
foi seu primeiro diretor até abril de l989. Em maio de 1994 foi
eleito membro honorário do Instituto Histórico e Geográfico do
Brasil. Em janeiro de 1995, foi eleito membro-titular do Pen Clube,
pelo conjunto de seus ensaios científicos literários.
Em abril de 1995,
foi eleito por aclamação membro correspondente do Instituto
Histórico e Geográfico do Ceará, em razão da sua contribuição para o
estudo histórico sobre o eclipse total do Sol, em Sobral, em 1919.
Em 9 de novembro de
1995 foi eleito para sócio efetivo do Instituto Histórico e
Geográfico do Rio de Janeiro.
Em 25 de janeiro de
1997 foi agraciado pelo Instituto Histórico e Geográfico de São
Paulo com o colar do centenário e o respectivo diploma, como
destaque cultural do ano de 1996.
Em
25 de janeiro de 1997, foi agraciado pelo Instituto Histórico e
Geográfico de São Paulo com o colar do centenário e o respectivo
diploma, como destaque cultural do ano de 1996.
Em
março de 1997 foi eleito membro correspondente da Sociedade
Geográfica de Lisboa.
Em
novembro de 1997 foi eleito sócio honorário no Instituto de
Geografia e História Militar do Brasil.
Em 6
de novembro de 1997, foi agraciado com a Medalha Tiradentes, por
sugestão do Deputado Estadual Luiz Carlos Machado, da Assembléia
Legislativa do Rio de Janeiro.
Em
26 de julho de 1998 nomeado membro da Comissão Cruls, criado pelo
decreto n.º 19.348 do Governo do Distrito Federal, quando foi
agraciado com a medalha Luis Cruls.
Em
16 de março de 1999, toma posse na Academia Luso-Brasileira de
Letras, na cadeira n.º 38 que tem como patrono Gregório de
Matos.
Em
junho de 1999, foi eleito membro da Academia Brasileira de
Filosofia, na cadeira n.º 41 que tem como patrono Roberto Marinho de
Azevedo.
No
período de 08 à 12 de fevereiro de 2000, participou do III Encontro
Luso-brasileiro da História da Matemática, em Coimbra.
Em
19 de abril de 2001, ganhou o prêmio Jabuti 2001 na categoria de
Ensaios com o livro Astronomia na época dos descobrimentos da
Lacerda Editores.
No
período de 22 à 26 de maio de 2000, no Congresso Internacional
Encontros e Desencontros de Culturas, realizado em Sobral, Ceará,
ministrou um mini-curso: 500 anos de Ciência no Brasil.
Em
05 de junho de 2000, foi agraciado com o Prêmio Cultural: Medalha
Austregésilo de Athayde do Lions Club.
Em
15 de junho de 2001, foi agraciada pelo Governador Francisco de
Assis de Moraes Souza com o título de Grande Oficial da Ordem
Estadual do Mérito Renascença do Piauí, a mais alta condecoração do
Estado do Piauí.
Em 4
de julho de 2001, foi eleito membro titular do Instituto Histórico e
Geográfico Brasileiro.
Em
23 de outubro de 2001, tomou posse na Academia Brasileira de
Literatura, na cadeira n.º 16 que tem como patrono Fagundes
Varela.
Em
30 de outubro de 2001, tomou posse na Academia Carioca de Letras, na
cadeira, nº 14 que tem como patrono Pedro II.
Em 4 de julho de 2001, foi eleito membro titular do
Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
Em 23 de outubro de 2001, tomou posse na Academia
Brasileira de Literatura, na cadeira n.º 16 que tem como patrono
Fagundes Varela.
Em 30 de outubro de 2001, tomou posse na Academia
Carioca de Letras, na cadeira, nº 14 que tem como patrono Pedro
II.
Em 31 de março de 2003, foi homenageado
pela Câmara Municipal de Curitiba com o título Voto de
Louvor pelos relevantes serviços prestados à comunidade na área
da astronomia por sugestão do Vereador Jorge
Bernardi.
Em 25 de maio de 2005,
recebeu o título “Suprema Honra
ao Mérito” da Universidade Soka, Tóquio, em reconhecimento "aos
notáveis empreendimentos realizados, em prol da ciência, educação e
do bem estar da humanidade, do verdadeiro testemunho de uma vida
exemplar dedicada às causas públicas e
humanitárias".
No dia 26 de maio de
2005, recebi o Prêmio de Cultura e Paz da SGI – Soka Gakkai
International, Tóquio, em reconhecimento pela sua grande
contribuição a realização de uma paz duradoura e a promoção da
cultura baseado nos nobres ideais do humanismo. Esses prêmios foram
outorgados pelos meus 50 anos de serviço público em especial a
Astronomia.
Em 21 de setembro de 2006, recebeu o Título de
Benemérito do Estado do Rio de Janeiro, por sugestão do Deputado
Estadual Adroaldo Peixoto Garani, da Assembléia Legislativa do
Estado do Rio de Janeiro.
Em 19 de maio de 2007, recebe o título de Sócio
Fundador da Sociedade Eça de Queiroz, Rio de Janeiro.
Em 2 de junho de 2007, recebe a medalha “Israel
Pinheiro” do Instituto Histórico e Geográfico de Minas Gerais, Belo
Horizonte. “Essa indicação representa o justo reconhecimento de seus
elevados méritos e por sua exemplar dedicação às exigências da
Cultura, na sua mais alta expressão”.
Em 16 de novembro de 2007, recebeu uma placa como
“pesquisador, escritor fecundo, divulgador da Astronomia de
qualidade, referência e símbolo para tantas gerações”, da comunidade
astronômica representada pelos organizadores do 10º Encontro
Nacional de Astronomia.
Em 16 de novembro de 2008, recebeu o primeiro “Prêmio
– Rubens de Azevedo” pelos esforços no ensino e divulgação da
Astronomia no Brasil da Comissão nacional do ENAst, durante o 11°
Encontro Nacional de Astronomia, realizado no CEFET, Maceió.
Em 17 de dezembro de 2008, recebeu em São Luís uma
placa “em reconhecimento pela incalculável contribuição à ciência do
país, a homenagem dos seus discípulos da Sociedade de Astronomia do
Maranhão – SAMA”.
Publicou mais de 100 livros. Contato: www.ronaldomourao.com
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